Deságua de mim tudo o que é líquido: Amor, dor, alma , gosto e tudo que não gosto mais. Deságua de mim tudo o que é sólido: Corpo, toque, pegada, boca e tudo que me faz chamar. Deságua de mim lágrima, soco, tiro e tudo que é não sei o quê. Sete, oito, nove, deságua de mim onze vezes. Sorriso, tapa, algemas e tudo o que me faz gozar. Deságua de mim o fogo que cospe, o sono que acorda, o olho que abre e o suor quase seco de uma dama que afunda nas minhas ilusões e faz com que esse meu rosto em chama só te chame na hora que me dá água na boca.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
(Re)aparecer
Não são as nuvens que estão no chão nem são as cores que se vão. É inverno, e a paisagem envelhece. As pessoas envelhecem. Os poetas envelhecem. É inverno e o medo de perdê-la me aquece. Sou anjo ou uma pena? É inverno e o medo de perdê-la me aquece. Sou um Deus ou uma prece?
Existem momentos curtos que se estendem pelo mundo. E é nesse mundo lírico que os cínicos tentam sobreviver porque eu, entre o dever de respirar e a obrigação de me esconder prefiro sumir e nunca mais (re)aparecer.
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